A Língua
Por mais de cem anos, o alemão foi à língua de uso corrente no dia-a-dia dos colonos de São Martinho.
O bilinguismo germânico também se verifica no relacionamento entre católicos e evangélicos. Enquanto estes falavam Hochdeutsch, os católicos que tinham como a língua mãe o dialeto westfaliano, aprendiam também o alemão oficial para se comunicar com os evangélicos que, às vezes, eram os vizinhos mais próximos.
Muitos imigrantes e seus descendentes, por motivo de necessidade, aprenderam também o português, graças à presença de algumas famílias luso-brasileiras residentes na colônia.
O comércio praticado com a população de língua portuguesa em Florianópolis e Laguna geravam também necessidades de aprender e praticar o idioma nacional.
Nos períodos de guerra, principalmente durante o segundo conflito mundial, a população de São Martinho foi também afetada pela proibição do uso da língua alemã.
Nas escolas comunitárias que existiram em São Martinho ate á primeira guerra mundial, ensinava-se em língua alemã com o material didático proveniente da Alemanha. Após a guerra, adotou-se o português, ao passo que o alemão passou a ser uma disciplina ministrada a parte. As poucas horas em sala de aula eram insuficientes para apreender o português e muitas crianças, habituadas ao uso da língua alemã no dia-a-dia, não aprenderam a língua lusitana. Isto representou um sério obstáculo para a comunicação e expressão mesmo depois de adultos.
A partir da década de 1970, verifica-se um rápido abandono do uso da língua alemã, primeiro por parte dos jovens em seu relacionamento na sociedade e, mais recente, também pelos adultos, inclusive no âmbito familiar.